Estamos aqui, hoje, para falar um pouquinho sobre o processo formativo das Filhas da Pobreza do Santíssimo Sacramento, especialmente, no ano que antecede aos votos perpétuos no Instituto, e mais especificamente a experiência vivida na casa fraterna de Cotia, que tem sua razão de ser voltada para esta finalidade: a formação de seus membros.
Nesta missão moram nove junioras em preparação para os votos definitivos no Instituto e quatro irmãs de votos perpétuos, onde uma dentre estas é a formadora (medianeira pedagógica) que acompanha mais de perto as irmãs no juniorado e as outras formam a equipe formativa da casa.
A Igreja, “sempre mostrou, em sua tradição bi-milenar a necessidade da formação”e nós como Igreja, membros do corpo de Cristo, também, queremos e precisamos estar atentas a este objetivo. Vejamos o que a Igreja orienta a este respeito, especialmente o período do juniorato: O juniorato e os anos subseqüentes desembocam na profissão perpétua. A importância do compromisso definitivo requer condições especiais de preparação: maturidade espiritual, crescimento na fé, assimilação pessoal do processo próprio, e estima dos valores que motivam a entrega total.
Em muitos Institutos dedica-se preparação especial quando se aproxima a profissão perpétua. Alguns, muito poucos, consagram um ano inteiro a algo assim como segundo noviciado. Com este objetivo, a casa fraterna de Cotia é em nosso Instituto essa casa reservada para este tempo de preparação. Aqui temos uma rotina de vivência do carisma,
juntado a práticas particulares deste período, por exemplo, um tempo forte e intenso de acompanhamento pessoal e psico-espiritual, que tem como principal objetivo o autoconhecimento, não qualquer conhecimento de si e nem aquele ensimesmado e egocêntrico, mas aquele necessário e indicado pelos santos base e condição para
uma entrega de vida consciente, eficaz e total. Além disso, não deixa de ser um tempo de confronto e comprovação dos próprios valores vocacionais trazidos por cada uma, onde, novamente, tomamos nas mãos nossa vida, nossa história, nossas motivações
mais profundas e as submetemos a vontade do Senhor, ao seu evangelho e seu modo de ser e agir. Tudo isso pode parecer simples e até evidente, mas o que comprovamos é que todos nós sem exceção trazemos grandes resistências em nós como obstáculos à graça de Deus e sua ação em nós. Sem esta pedagogia para a abertura de si, dificilmente haverá entrega livre e total de nossa parte ao Senhor e seu Reino, mesmo que professemos isso com nossa boca.
O trabalho é árduo, mas muito válido. Não é fácil para a formanda deixar-se conhecer e transformar; tocar seus pontos fortes, mas também, conhecer suas áreas mais frágeis e inconsistentes, no entanto, algo maravilhoso tende a acontecer de acordo com a abertura e assimilação de cada uma, chamadas a internalizar os mesmos sentimentos de Cristo e testemunhar com a vida que Cristo é o alvo e modelo de todo homem e de toda mulher na sua inteireza e maturidade. Cristo é o nosso Eu ideal.
Assim, buscamos manter nesta missão uma meta clara: a santidade. Nossa casa proporciona silêncio, contemplação, descanso, trabalho, convivência. Buscamos evitar tudo aquilo que possa nos separar deste ideal: maledicência, competição, perda de tempo com futilidades, etc.
Agradecemos a todos e cada um que foram e são canais da providência de Deus na construção desta casa, que embora inacabada já tem feito grande bem a essas irmãs que vem de missões intensas de trabalhos e que depois desta pausa restauradora de intenso trabalho interior voltarão mais inteiras para outras missões nossas. Aqui, ainda, fazemos pão caseiro pra ajudar em nossas necessidades e atendemos os nossos vizinhos em suas necessidades mais urgentes.
Termino, agradecendo ao Senhor por todos os benefícios de sua bondade para conosco!