Meu nome religioso é Ir. Salete, tenho 35 anos, sou natural da cidade de Ipatinga-MG, local onde morei com meus pais e meus dois irmãos até completar quinze anos. Deus, que é infinitamente Bom, me concedeu a graça de nascer em uma família católica que me introduziu nos primeiros degraus da fé e me ensinou, com as palavras e o exemplo, os valores de uma vida reta e íntegra, o que para mim significou a mediação da Divina Providência construindo com sabedoria o fundamento do meu caminho vocacional. Ainda criança eu já sonhava com grandes coisas, com certa ambição e vaidade próprias daquela fase, trazia o desejo de formar uma família e estudar para me tornar médica. Mas o desejo maior do meu coração – e que eu buscava com grande empenho – era encontrar um grande amor capaz de saciar aquela sede mais profunda do ser humano.
Neste período eu havia completado 15 anos e depois deste encontro com o Senhor no Sacrário, conheci esse Instituto através da televisão e de algumas vocacionadas que moravam na minha Cidade. Logo comecei a me unir a elas para experimentar o carisma mais de perto, com o qual fui me identificando progressivamente. Algo que foi bastante significativo para mim foi começar a acompanhar minha mãe na Santa Missa diária e os dias de pastoral de rua em que meus pais também participavam conosco. Inicialmente minha família não estava de acordo com a decisão que eu havia tomado, porém, não me impediram de dar os passos nesta direção. De fato, foi um tanto chocante para eles a mudança tão radical que eu estava assumindo com apenas 15 anos, e havia também a preocupação em deixar a filha caçula partir para um lugar desconhecido a todos eles. Contudo, após um ano tive a oportunidade de fazer o Encontro Vocacional em que algumas meninas seriam acolhidas e eu estava lá entre elas: fui aceita para iniciar o percurso em uma das Casas e voltei do Retiro para minha família imensamente alegre e grata a Deus pela nova vida que Ele estava me doando gratuitamente. Com a benção dos meus pais ingressei no Instituto em Janeiro de 2002 e em todo este percurso vocacional até aqui sempre me fortaleço recordando a resposta da Virgem Maria diante do chamado de Deus: “Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a sua palavra”; creio que o meu “sim” ao desígnio de Deus Pai tem sido sustentado no “faça-se” desta tão Boa Mãe, não sei o que seria de mim sem o amor dela me guardando e me ensinando a ser aquela “adoradora que o Pai procura”…
Serei eternamente grata à Santíssima Trindade que me chamou a percorrer a via da pobreza para ser “eucaristia” em união e configuração com meu Esposo, Jesus Eucaristia, a ser amor partilhado e comungado para a Igreja e a humanidade inteira, especialmente os sacerdotes e os irmãos e irmãs mais pobres. Obrigada, meu Senhor! “Encontrei aquele a quem ama a minha alma; agarrei-me a ele, e não o larguei mais” (Ct 3, 4).
(Ir. Salete)