Iniciamos o ano civil com a graça de celebrar a Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus (Theotókos). A Santíssima Virgem é, desde os tempos mais antigos, honrada com o título de “Mãe de Deus”. Esta comemoração ocorre dentro das festividades de Natal, na oitava de Natal (oito dias depois da Natividade, primeiro dia do ano novo), para relembrarmos o nascimento de Jesus, o Filho de Deus.
Fazendo a relação deste mistério da encarnação, no qual o Verbo assumiu a condição da nossa humanidade com a realidade de que nada mudou na Trindade Santa, mesmo tendo o Verbo tomado um corpo no seio de Maria, a Trindade continua sendo a mesma; sem aumento, sem diminuição; é sempre perfeita. Nela, reconhecemos uma só divindade. Assim, a Igreja proclama um único Deus no Pai e no Verbo, por isso, a Santíssima Virgem é a Mãe de Deus.
No terceiro Concílio Ecumênico o de Éfeso em 431, foi declarado Santa Maria a Mãe de Deus.
Com o tempo, esta memória da Virgem foi transferida para comemorar a “Circuncisão do Senhor”, mas seria mantido o caráter mariano. Em 1931, o Papa Pio XI a restabeleceu para o dia 11 de outubro, por ocasião do XV centenário do Concílio de Éfeso e lhe deu uma categoria equivalente à Solenidade atual. Mediante o mistério do nascimento de Deus no tempo, mediante a evocação dos acontecimentos de Belém, separamo-nos do ano “velho” e entramos no ano “novo”.
A Oitava do Natal une, por assim dizer, essas duas margens do tempo humano e da existência humana sobre a terra. Mais ainda, Deus entrou no nosso tempo humano, porque o filho consubstancial ao Pai se fez homem, por obra do Espírito Santo, e nasceu na noite de Belém da Virgem Maria. A partir desse momento, o nosso tempo humano tornou-se o seu tempo; e por conseguinte, tempo preenchido não apenas pela história do homem e da humanidade, mas preenchido, outrossim, pelo mistério salvífico da Redenção, que precisamente passou a operar na mesma história humana.
Foi graças a Ela que nós hoje pronunciamos o nome de Jesus, porque foi neste dia que tal nome foi posto ao Filho de Maria. Por Ela também e juntamente com Ela nós clamamos neste mesmo Nome ao iniciar-se o novo ano: “Deus tenha piedade de nós e nos abençoe e clamamos, pois, em nome de Jesus, que significa “Salvador”; e clamamos em união com a Mãe, a quem a Tradição da Igreja chama “Omnipotência suplicante” (Omnipotentia supplex).
Como Filhas da Pobreza do Santíssimo Sacramento somos chamadas a sermos mulheres Marianas, sendo Maria a primeira consagrada e modelo de fidelidade ao plano de Deus, a seu exemplo, exercer nossa maternidade espiritual, no espírito de oração por toda a humanidade, santificando e construindo a Igreja de Jesus Cristo e gerando a presença de Cristo no mundo. Desejamos que Maria permaneça ao nosso lado nesse novo ano e durante toda a nossa vida.
Entregamos aos cuidados de Maria, cada homem e mulher de boa vontade que reconhecendo nela a Mãe de Deus, sejamos transmissores dessa paz que ela trouxe em seu seio virginal, o “Príncipe da Paz” e permanece a gera-Lo em nossos corações. Muitas graças de Jesus por meio de Maria nesse novo Ano de 2020 a todos os nossos amigos e colaboradores!! Paz e Bem!
Ir.Solene – Missão Quito
Fontes: HOMILIA DO PAPA JOÃO PAULO II (1° de Janeiro de 1979)
Amém irmãs, Deus vos Abençoe