Meu nome é Francisco Miguel, Francisco que significa pequeno, e Miguel que significa guerreiro, Pequeno guerreiro. Quando meus pais escolheram meu nome nem sabiam da metade das batalhas que eu precisaria travar.
Quando estava na barriga da minha mãe, ela soube que como o menino Jesus eu também precisaria nascer longe de casa, pois o meu pequeno coração havia se formado com três graves cardiopatias e por isso eu precisaria nascer em um hospital que a UTI Neo fosse cardiovascular, pois havia a possibilidade de que ao nascer precisasse de uma intervenção cirúrgica imediata.
Minha gestação se seguiu de muitas notícias, depois das cardiopatias, os médicos disseram que havia uma parte do sistema nervoso central, o corpo caloso, que não havia se formado. Antes que mamãe fosse para Ribeirão Preto para dar a luz, o médico no último ultrassom listou cada uma das más formações que eu tinha…O coração da mamãe seguia apertado, quando em uma consulta com o cardio cirurgião, ela se desmoronou, ele a convenceu do tanto que eu precisaria dela, e assim que ela então entrou em contato com uma força interna que possuía mas desconhecia.
Mamãe chegou feliz para dar a luz, mas seu coração tinha tanto medo de me perder que foi impossível segurar, o médico havia dito que talvez ela nem pudesse me ver. E para alegria de todos eu nasci superando as expectativas, quando o pediatra me pegou no colo para me mostrar ao papai e a mamãe fiz xixi nas mãos dele e assim já cheguei fazendo a mamãe sorrir, ela me encheu de beijinhos, papai me pegou no colo e não sabia o que fazer de tanta emoção.
Do bloco segui para a UTI, estava bem, respirando sozinho, a irmã gêmea da mamãe, Ir. Cassiana, já estava lá me esperando, junto com a Tia Chris, ela tinha vindo de longe para segurar forte a mão da mamãe e garantir que se mamãe não pudesse estar comigo por alguma razão ela estaria, e não se descolou de mim o tempo todo em que cumpria a sua missão de ser meu anjo.
Quando a equipe da UTI foi passar a sonda para me alimentar descobriram que eu tinha atresia de esôfago, e com três dias após meu nascimento precisei passar por uma cirurgia, foi uma cirurgia muito difícil, houve complicações na entubação e o pós operatório se seguiu com uma sepse e várias infecções hospitalares, fazendo os médicos pensarem eu tivesse uma imunodeficiência, o que não se confirmou. Devido as sequelas do trauma da entubação, edema da glote e paralisia da corda vocal, ficaram com receio de desentubarem, aliás havia risco de eu não conseguir, o que ocasionou uma entubação prolongada evoluindo para uma estenose de traqueia. Sendo assim precisei fazer outra cirurgia para colocarem a traqueostomia, também fiquei sem me alimentar praticamente o meu primeiro mês de vida, apenas recebendo pela veia o que tentava me nutrir, sofrendo assim uma desnutrição crônica.
Haviam muitos que não acreditavam que eu sairia dali, mas outras centenas de pessoas acreditavam e rezavam por mim. Mamãe e a madrinha Chris passavam horas a fio rezando comigo, cantando, brincando, conversando e deixando que eu experimentasse através do sorriso e dos olhos delas o quanto a vida é bonita e vale a pena. Mamãe rezava muito, mas não fazia pedidos a Jesus apenas oferecia sua vida para que Deus fizesse o que de mais maravilhoso ELE havia sonhado para mim.
Após a traqueo foram feitas algumas tentativas para que eu saísse do respirador, mas eu ainda era muito pequenininho não consegui, Como eu descompensava facilmente, até com um simples vômito, o cardio resolveu fazer uma cirurgia cardíaca paliativa, na intenção de melhor minha condição, já que eu não estava pronto para a grande cirurgia que irá melhorar meu coração, minha recuperação foi tranquila, daí vim transferido para a UTI do Mario Palmério, aqui em Uberaba…mamãe conta que nunca fez uma viagem tão tensa em toda sua vida, era a primeira vez na vida que eu saia da UTI, mas no final deu tudo certo, eu estava cercado de tantos cuidados que não havia com o que se preocupar.
Eu estava bem…só precisava ganhar peso e fazer o desmame da ventilação mecânica, com muito custo ganhei meu primeiro quilinho, pois havia chegado aqui em Uberaba com meu peso de nascimento, cuidaram de mim com muito carinho e enfim estava pronto para ir para casa, depois de 4 meses na UTI parecia um sonho ir então ficar junto da minha família, havia visto meu irmãozinho uma única vez na UTI.
Sai do hospital com a capa do super-homem, mamãe disse que só o amor e a dor quando juntos podem salvar as pessoas, que o amor sem dor não salva e que a dor sem o amor transforma tudo em trevas. Quando cheguei em casa tudo foi se realizando, fui me fortalecendo e me tornar a criança feliz que sou.
Ainda faltam muitas batalhas das quais eu preciso lutar, mas sigo certo da vitória, afinal Jesus está comigo e as centenas de amigos que conquistei com minha doçura e vontade de viver.
Daniele Pais de Andrade (Mãe do Francisco Miguel e Irmã gêmea da Ir. Cassiana – Anápolis/Go).
De fato um pequeno guerreiro podemos até dizer grande guerreiro por tudo que Franciso Miguel passou e ainda irá passar que testemunho de amor e dor de Mãe Pai e Filho e Tia Irmã Cassiana estamos em oração por vcs que Deus e a Virgem Mãe continue abençoando e fortalecendo vcs a cada dia de Jesus está contigo Pequeno Francisco e com todos vcs aprendi muito com a vida de vcs pois sou Pai de primeira viagem e sofro quando meu filho está doente mais entendi agora mais do que nunca que só o amor e a dor quando andam juntos podem salvar a s pessoas grande abraço a todos vc conquistou mais alguns amigos e intercessores agora viu pequeno guerreiro kkk abraço Deus é Amor