Os patronos da Toca de Assis Irmãs são exemplos de profunda devoção e serviço. São Francisco de Assis, que viveu a simplicidade e o amor a toda criatura, inspirou a fundação de nossa missão com seu profundo amor e zelo pela Santíssima Eucaristia e cuidado com os pobres e excluídos. Santa Clara de Assis, modelo de amor esponsal a Cristo, renunciou à nobreza para viver pobre e humilde, dedicando sua vida ao serviço e ao amor às irmãs, pobres e doentes. Santa Catarina de Sena, com uma vida de oração intensa e cuidado aos pobres e doentes, foi uma grande defensora da Igreja. Seu amor e dedicação nos inspiram a viver nossa vocação doando a vida pela Igreja. Esses santos patronos guiam nossa missão e nos enchem de inspiração e coragem para seguir servindo a Deus e aos necessitados.
“Vós sois o santo, Senhor Deus único, que fazeis maravilhas. Vós sois forte, vós sois grande, vós sois o altíssimo…”
“Não temas, mulher, porque, salva, vais dar ao mundo uma luz que vai deixar a própria luz mais Clara” (LSC 2).
“Se morro, morro de amor pela Santa Igreja.”
Filho de Pedro Bernardone, comerciante de tecidos, e Pica. Jeanne de Bourlemont, nasceu por volta de 1181-1182. Desde jovem, exibiu personalidade cativante, liderando os jovens boêmios de Assis. Participou da guerra contra Perugia, sendo capturado e resgatado por seu pai. Após essa prisão, sua saúde fragilizou-se. Contrariando o desejo paterno de que se tornasse cavaleiro, Francisco vendeu seus bens para ajudar os pobres ao sentir a inspiração divina.
Inicialmente, não planejava fundar uma ordem religiosa, apenas desejava seguir os passos de Jesus Cristo. Sua inspiração levou à aprovação da Regra de Vida em 1223, como a primeira Ordem de Vida Apostólica pela Igreja.
Em seus escritos, como cartas, admoestações, Testamento, Regra de Vida e Orações, São Francisco expressa profundamente sua espiritualidade e carisma. Ele discorre sobre a Encarnação, Paixão e, especialmente, a Eucaristia, a relação trinitária com Deus, o louvor perene através das Sagradas Escrituras, o amor e a obediência à Igreja, o respeito pelos sacerdotes, o zelo pela liturgia, a devoção à Virgem Maria, e o cuidado com os pobres, leprosos e excluídos. Na Idade Média, período marcado por guerras, ele foi um arauto da paz.
São Francisco de Assis é o primeiro patrono das Filhas da Pobreza do Santíssimo Sacramento. Mais do que por suas biografias, seu verdadeiro espírito é captado em seus escritos, enraizando nossa espiritualidade na profunda experiência pessoal com Jesus Eucarístico, Pobre e Crucificado, inspirando um amor-oblativo pelos pobres e pela Igreja, e uma vida fraterna na misericórdia, expressando gratidão filial a Deus por todas as Suas criaturas.
O Pai Seráfico nos inspira profundamente com seu amor, reverência e zelo pela Santíssima Eucaristia e pelo Mistério Eucarístico em geral. Francisco destacava-se por seu cuidado com a liturgia e as celebrações, desde o esmero nas alfaias até a atenção aos sacerdotes, igrejas, comunhão e adoração. Ele escolheu amar o Amor não amado, deixando-se atrair pela pobreza de Cristo na Encarnação, Cruz e Eucaristia, tornando-se o mais pobrezinho entre os demais, amante de Deus e da humanidade, promovendo a paz e sendo irmão de todas as criaturas. Este é o rastro de luz de Francisco que cada Filha da Pobreza deseja seguir e testemunhar, com alegria e simplicidade.”
“Não temas, mulher, porque, salva, vais dar ao mundo uma luz que vai deixar a própria luz mais Clara” (LSC 2).
Santa Clara de Assis viveu no século XII. Seu testemunho mostra-nos a sua coragem e riqueza na fé, capaz de dar um impulso decisivo para a renovação da Igreja.
Nascida em 1193, Clara pertencia a uma família aristocrática e rica. Renunciou à nobreza e à riqueza para viver pobre e humilde, adotando a forma de vida que Francisco propunha. Aos 18 anos inspirada pelo desejo de seguir a Cristo e pela admiração por Francisco, deixou a casa paterna e, em companhia de uma amiga sua, Bona di Guelfuccio, dirigiu-se secretamente ao encontro dos frades menores junto da pequena Igreja da Porciúncula para dar início ao seguimento mais radical do Senhor.
A partir daquele momento, tornava-se virgem esposa de Cristo, humilde e pobre, e a Ele totalmente se consagrava. Após ter transcorrido um período de alguns meses em outras comunidades monásticas, resistindo às pressões de seus familiares que no início não aprovavam sua escolha, Clara se estabeleceu com suas primeiras companheiras na igreja de São Damião.
Foi a primeira mulher na história da Igreja a escrever uma Regra de Vida aprovada pela Santa Sé. Soube esperar e acreditar na vontade Deus. No dia 10 de agosto do ano de 1253 a bula com a aprovação da Regra é levada para Clara em seu leito de morte. Neste mosteiro viveu por mais de quarenta anos até sua morte ocorrida em 1253.
Para nós, Filhas da Pobreza do Santíssimo Sacramento, Clara é modelo de amor esponsal a Cristo Jesus. A essência da vida de Clara e de suas irmãs, é antes de qualquer outra coisa, amar uma pessoa, Jesus Cristo, como resposta ao seu amor. “Ame com todo coração a Deus (cf. Dt 111; Lc 10, 27) e a seu Filho Jesus, crucificado por nós pecadores, sem permitir que Ele saia de sua recordação” (Er 11). Esta é a mística de Clara que, no íntimo do seu coração, deixa-se simplesmente enlevar pelo amor do Amado e, por isso, todo o seu afeto, amor e caridade para com as Irmãs (cf. LSC 38), aos pobres e doentes são manifestações concretas de sua relação amorosa com Jesus Cristo. Ela, por inspiração divina, encontrou o sentido de sua existência na pessoa de Jesus Cristo que “esvaziou-se”, e nos ensina dentro de sua espiritualidade Kénotica a dispormo-nos a partilhar com Ele de Seu esvaziamento por amor.
Clara também nos ensina a espiritualidade Trinitária, nos ensina a viver a relação filial e amorosa com o Pai, a relação esponsal como esposas de Nosso Senhor Jesus Cristo trabalhando com Ele para a construção do Reino e a relação fecunda com o Espírito Santo, que gera em nós a maternidade espiritual, fruto do amor esponsal.
No ano da graça de 1347, Lapa Benincasa deu à luz duas gêmeas em seu vigésimo quarto parto. Uma delas não sobreviveu após o batismo. Catarina, a penúltima da família e caçula das filhas, teve a predileção de todos e cresceu num ambiente moral puro e religioso. Seus pais eram muito pobres e ela era uma dos vinte e cinco filhos do casal.
Como a Providência Divina tinha desígnios especiais sobre ela, desde cedo Catarina foi cumulada de favores celestes. Aos sete anos, fez voto de virgindade; aos 16, cortou seus cabelos para evitar um casamento. Analfabeta, aprendeu milagrosamente a ler e escrever, para poder cumprir a missão que Deus lhe destinava.
Ela entrou na Ordem Dominicana terceira, e viveu durante muitos anos em um quartinho na casa de seus pais, onde vivia em oração e cuidava dos pobres e doentes.
Foi lhe revelado por Deus que ela teria uma grande missão, então pediu aos seus secretários que, assim que a vissem entrar em êxtase anotassem suas palavras. Daí nasceu o livro do diálogo entre a sua alma e a de Deus, conhecido hoje pelo nome de “O Diálogo”. Ela escreveu a Cardeais, Bispos e Prelados, 150 cartas; e a reis, príncipes e governantes, 39 cartas. Intermediou a volta do Papa Gregório XI para Roma no grande cisma do Ocidente que a Igreja sofreu. Morreu no dia 29 de abril de 1380, após sofrer um derrame aos trinta e três anos de idade.
Em seus escritos deixa evidente o seu grande amor e dedicação pela Igreja, visto ter superado com fortaleza de ânimo todos os desafios, não poupando sua vida em vista deste amor. De seu exemplo, as Filhas da Pobreza do Santíssimo Sacramento haurem inspiração para viverem sua vocação doando a vida pela Mãe Igreja.
Catarina nos ensina também a crescermos na generosidade e bondade para com os pobres e doentes na qual dedicou sua vida.
A vida fraterna das FPSS é o lugar privilegiado para vivenciarmos a grande generosidade de Nosso Senhor Jesus Cristo (cf. 2Cor 8,9) no Santíssimo Sacramento, que, no mistério do Seu Corpo e Sangue, Se dá em comunhão a toda criatura humana
"A Igreja pede que dediquemos tempo aos pobres, prestemos a eles amável atenção, escutemo-los com interesse, acompanhemo-los nos momentos difíceis, escolhendo-os para compartilhar horas, semanas ou anos de nossa vida, e procurando, a partir deles, a transformação de sua situação" (Documento de Aparecida, 397).
O aspecto que sobressai no apostolado litúrgico é o de promover a plena participação na Santa Missa e o seu prolongamento através da adoração, primeiramente testemunhando a centralidade do Mistério Eucarístico na própria vida e na vida da comunidade, e buscando encarnar, em toda a nossa existência, a lógica da Eucaristia.