Etapas da Formação Vocacional das Filhas da Pobreza do Santíssimo Sacramento
Como Filhas da Pobreza do Santíssimo Sacramento, nosso chamado é seguir o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, a exemplo de São Francisco e de Santa Clara. Jesus, que se fez pobre no presépio, na cruz e na Eucaristia, é o modelo teológico-eucarístico que permeia nossas vidas e nos remete a uma vivência simples e em fraternidade. É precisamente da pobreza de Cristo no altar, que se fez pobre para nos enriquecer com sua pobreza, que somos nutridas e impelidas à missão e ao serviço aos pobres, que flui da adoração eucarística.
A formação é organizada em etapas: Aspirantado, Postulantado, Noviciado e Juniorato. Pela profissão perpétua, este compromisso se consolida para toda a vida. Durante todo esse tempo, a formação religiosa deve ser organizada de tal forma que possa ser feita o mais completamente possível sobre um sólido fundamento humano e cristão.
No aspirantado, uma jovem entra para o Instituto com o objetivo de vivenciar uma experiência mais próxima da vida religiosa e do carisma das Filhas da Pobreza. Nesta etapa, aquela que aspira pela vida consagrada vive um período de um ano.
No postulantado, a jovem, como o próprio nome sugere, faz um pedido: ela busca uma experiência mais profunda de autoconhecimento e do ideal (carisma) que está buscando. Essa fase se estende por cerca de dois anos.
O noviciado marca o início efetivo do caminho dentro do Instituto das Filhas da Pobreza, conforme o Código de Direito Canônico (CDC). Após percorrer um caminho de autoconhecimento e analisar suas motivações iniciais, a noviça está mais livre para aprender e vivenciar a índole e o espírito do Instituto. Essa etapa tem a duração de dois anos e é caracterizada pelo recebimento do hábito religioso.
No juniorato, a irmã professa pela primeira vez os votos de castidade, pobreza e obediência, renovando-os anualmente. Essa fase pode durar de quatro a nove anos (cf. cân. 655). “O juniorato da Filha da Pobreza é um tempo de continuidade da formação das irmãs, favorecendo o amadurecimento espiritual para vivência do nosso carisma e atuação no nosso apostolado, sendo a caridade oblativa sinal e testemunho da sua vida de consagração a Deus” (cf. Const. VII, art. 135).
Após passar pelas etapas iniciais da formação, a irmã agora assume o compromisso de viver os conselhos evangélicos de castidade, pobreza e obediência por toda a vida. Com a profissão perpétua, inicia-se a formação permanente, que consiste em seguir Jesus, nosso Deus encarnado, Filho Unigênito do Pai. Segundo São João, Ele “nos amou primeiro” (1Jo 4,19), e a irmã se empenha de corpo e alma em um seguimento incondicional e absoluto a Jesus Cristo, somente a Ele.
Enquanto guardamos no coração a humilde presença de Jesus que adoramos, somos também chamadas a reconhecê-Lo, encontrá-Lo e amá-Lo de forma concreta na vida ativa, especialmente nos pobres abandonados que enfrentam a indigência nas ruas.
O Ramo Contemplativo das Filhas da Pobreza do Santíssimo Sacramento busca viver uma vida recolhida através da oração constante, dedicada à adoração do Santíssimo Sacramento, o sacramento do amor.
A vocação à vida consagrada é uma iniciativa do Pai (Jo 15,16), exigindo dedicação plena. O amor gratuito de Deus é tão intenso que a pessoa se sente chamada a responder com a entrega total de sua vida, consagrando tudo a Ele.
A VOCAÇÃO É O ENCONTRO DE DUAS LIBERDADES: A DE DEUS QUE CHAMA E A DO SER HUMANO QUE RESPONDE.
“Está aqui o sentido da vocação à vida consagrada: uma iniciativa total do Pai (cf. Jo 15,16), que requer daqueles que escolhe uma resposta de dedicação plena e exclusiva (28). A experiência deste amor gratuito de Deus é tão íntima e forte que a pessoa sente que deve responder com a dedicação incondicional da sua vida, consagrando tudo, presente e futuro, nas suas mãos. Por isso mesmo, como ensina S. Tomás, a identidade da pessoa consagrada pode-se compreender a partir da totalidade da sua oferta, comparável a um autêntico holocausto”. (VITA CONSECRATA)