A nossa Casa em Macaé acolhe senhoras em situação de risco, notadamente aquelas abandonadas por seus próprios familiares, tornando-as, a partir desse momento, em pessoas da nossa própria família, a quem dedicamos o nosso amor, os nossos cuidados e as nossas orações – permitindo-se, assim, com a graça de Deus, que recuperem a sua dignidade.
E uma das nossas acolhidas é a Marilza Maria dos Santos, que foi encontrada pelas Irmãs na Praça da Cruz Vermelha, na cidade do Rio de Janeiro, no dia 05 de Fevereiro do ano de 2004.
A Marilza nos relata que havia morado na casa do irmão, em Aracaju (SE), juntamente com seus pais, avó e sua filhinha, Maria José Silvere.
Após algum tempo e depois do falecimento da sua mãe, o que lhe criou um grande vazio, passou a dormir nas ruas da cidade, deixando a filha, com apenas 9 anos de idade, com o seu irmão.
Enquanto na rua, a Marilza acabou por adquirir os vícios do álcool e do cigarro, o que, somado às óbvias condições da sua vida ao relento, conduziu a um sério agravamento do seu estado de saúde mental.
Finalmente se mudou para o Rio de Janeiro, na procura por sua tia Aurora, que lá residia, e acabou morando efetivamente um tempo com ela, ultimando por conseguir um emprego numa lanchonete, onde atuou como garçonete – enquanto a sua tia trabalhava de cozinheira num restaurante no bairro de Botafogo, onde ficava boa parte do dia. Com isso, a Marilza ficava muito tempo sozinha, o que a conduziu a um estado depressivo por força da solidão que sentia, acabando por voltar ao vício do álcool e, via de consequência, indo novamente para as ruas, deixando todos os seus documentos e poucos pertences na casa da tia.
A Marilza tem transtorno mental e acentuados lapsos de memória, perdendo, dessa forma, o contato com todos os seus familiares.
Foi posteriormente transferida para a casa de Macaé, onde até hoje se encontra, sendo motivo de muita alegria para todas nós!
Passou por tratamento terapêutico, é regularmente acompanhada no trato da sua saúde, a úlcera varicosa que a acometia foi graças a Deus tratada e encontra-se cicatrizada e é, hoje, uma acolhida feliz e sorridente, que gosta muito de dançar, ajuda nos afazeres da casa e, com toda a sua grande sensibilidade, está sempre atenta às necessidades das demais acolhidas.
Ela é, na verdade, um grande presente de Deus para nós; e somos, hoje, uma grande Família!