Irmãos estamos a refletir sobre as virtudes cardeais. Para quem nos acompanha, sabe, que nos meses antecedentes já falamos sobre a Prudência e a Temperança. Este mês, então, falaremos sobre a virtude da Fortaleza.
Acredito que essa virtude seja importante em todo o tempo e momento de nossa vida e história, mas convenhamos que em nossos dias atuais ela é quase essencial para vivermos com o mínimo de qualidade esta realidade de pandemia. Assim, a Fortaleza pode e deve ser para o homem atual um grande auxílio e remédio. Como já dissemos aqui mesmo, a virtude é resultado de uma ação repetida e revivida até que interiorizada, passe a ser em nós um hábito constante e permanente.
No Catecismo da Igreja Católica encontramos uma definição da Fortaleza clara e profunda: é a virtude que “assegura a firmeza nas dificuldades e a constância na procura do bem, chegando até à capacidade do eventual sacrificio da própria vida por uma causa justa” (CIC, n. 382).
Olhando assim, poderíamos pensar, irmãos, que isso seja só para os santos. Lembremos que a vida virtuosa é para todos os filhos de Deus e nenhum e ninguém pode se abdicar dessas práticas. Ninguém está dispensado de praticar o bem. Por isso, a virtude da Fortaleza, que nos faz empreender e executar coisas difíceis, é para todos nós, que diariamente nos confrontamos com coisas, pessoas e situações difíceis para serem encaradas e ressignificadas.
Lhe pergunto: Quem está livre de sofrimentos e toda sorte de contrariedades? Quem nunca teve de viver um contratempo? Quem não sofre contrariedades na família e no trabalho? Por isso mesmo, todos nós precisamos e devemos pedir a Deus o Dom da Fortaleza. Ela vem em auxílio de nossa fraqueza, dos numerosos obstáculos difíceis que temos de vencer na vida cotidiana.
A virtude da Fortaleza nos assegura a decisão para não fugirmos e cumprirmos os nossos deveres e missão confiado a nós.
No mundo atual, em que vivemos, por causa de várias realidades, somos inclinados a uma educação que resulta em um caráter fraco e a uma vontade inconstante e exatamente por isso muitos homens e mulheres fogem ou se desmoronam diante dos desafios da vida. É certo, irmãos, que somos desafiados com doenças, perdas, sofrimentos, etc;, mas também é verdade que tais situações não são procuradas por nós, mas elas existem e chegam quando menos esperamos. E o que fazer?
Peçamos que o Senhor que também passou e experimentou as várias realidades humanas, da perda, do medo, do sofrimento que nos ensine a diante destas realidades a reagir com coragem e generosidade que nos leve ao esforço e a constância, até o fim. Sabemos que toda dor terá um fim. Até lá saibamos e busquemos nos unir a Jesus, que nos dar forças para com Ele superarmos todos os males que nos causa medo.
Coragem! Pois Eu venci o mundo! (Jo 16, 33).